sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Para Orpheu - Sentir é criar.





Para Orpheu
Sentir é criar.
Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o Universo não tem ideias.
— Mas o que é sentir?
Ter opiniões é não sentir.
Todas as nossas opiniões são dos outros.
Pensar é querer transmitir aos outros aquilo que se julga que se sente.
Só o que se pensa é que se pode comunicar aos outros. O que se sente não se pode comunicar. Só se pode comunicar o valor do que se sente. Só se pode fazer sentir o que se sente. Não que o leitor sinta a pena comum [?]. Basta que sinta da mesma maneira.
O sentimento abre as portas da prisão com que o pensamento fecha a alma.
A lucidez só deve chegar ao limiar da alma. Nas próprias antecâmaras do sentimento é proibido ser explícito.
Sentir é compreender. Pensar é errar. Compreender o que outra pessoa pensa é discordar dela. Compreender o que outra pessoa sente é ser ela. Ser outra pessoa é de uma grande utilidade metafísica. Deus é toda a gente.
Ver, ouvir, cheirar, gostar, palpar — são os únicos mandamentos da lei de Deus. Os sentidos são divinos porque são a nossa relação com o Universo, e a nossa relação com o Universo Deus.
[.. .]
Agir é descrer. Pensar é errar. Só sentir é crença e verdade. Nada existe fora das nossas sensações. Por isso agir é trair o nosso pensamento.
[...]
Não há critério da verdade senão não concordar consigo próprio. O universo não concorda consigo próprio, porque passa. A vida não concorda consigo própria, porque morre. O paradoxo é a fórmula típica da Natureza. Por isso toda a verdade tem uma forma [?] paradoxal.
[...] Afirmar é enganar-se na porta.
Pensar é limitar. Raciocinar é excluir. Há muito que é bom pensar, porque há muito que é bom limitar e excluir.
[...]
Substitui-te sempre a ti próprio. Tu não és bastante para ti. Sê sempre imprevenido [?] por ti próprio. Acontece-te perante ti próprio. Que as tuas sensações sejam meros acasos, aventuras que te acontecem. Deves ser um universo sem leis para poderes ser superior.
São estes os princípios essenciais do sensacionismo. [ . . . ]
Faz de tua alma uma metafísica, uma ética e uma estética. Substitui-te a Deus indecorosamente. É a única atitude realmente religiosa. (Deus está em toda a parte excepto em si próprio).
Faz do teu ser uma religião ateísta; das tuas sensações um rito e um culto. [...]

FERNANDO PESSOA

sábado, 5 de outubro de 2013



Viver é como andar de bicicleta: É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.

Albert Einstein

Chopin, Fantasie-Impromptu, opus 66 (+playlist)

Akasha



Na visão da Teosofia, o Registro Akáshico é o registro individual de uma Alma desde o momento que deixa seu ponto de origem até que a ele regresse: “No momento em que tomamos a decisão de experenciar a vida, é formado um campo de energia com a finalidade de gravar todos os pensamentos, palavras, emoções e ações geradas por cada uma das experiências vividas. Esse campo de energia é denominado Registro Akáshico. Akáshico porque está composto pelo Akasha, que é a substância energética da qual toda a vida está formada. AKASHA é uma palavra de origem sânscrita, que se utiliza para denominar um plano da consciência cósmica que atua como arquivo. Registros, pois tem como objetivo gravar todas as experiências vividas. Assim, na psicologia, designa o espaço sutil onde estão armazenados todos os conhecimentos e feitos humanos, desde os primórdios. É a memória da humanidade. Corresponde ao inconsciente coletivo de Carl Gustav Jung.

No Hinduismo, Akasha significa a base e essência de todas as coisas no mundo material; o primeiro elemento material criado a apartir do mundo astral (Ar, fogo, Água, Terra são os outros quatro, na sequência). É um dos Panchamahabhuta, ou “cinco elementos”; sendo Shabda (som) a sua principal referência. Em sânscrito a palavra significa “espaço”, o próprio primeiro elemento da Criação. Em Hindi, Marathi e Gujarati, e muitas outras línguas indianas, o significado de akasha foi aceito como “céu”. As escolas Nyaya e Vaisheshika de filosofia hindu afirmam que akasha ou “éter” é a primeira substância do plano físico, que é o substrato da qualidade do som. É substância Única, Eterna e Que Tudo Permeia, e que é imperceptível. De acordo com a escola Samkyia de filosofia hindu, Akasha é uma das cinco Mahabhutas (grandes elementos físicos) tendo a propriedade específica do som.

Segundo a crença de algumas religiões pagãs, como a Wicca, todo o universo foi criado a partir dos Cinco Elementos da Natureza: Ar, Fogo, Água, Terra e Akasha (espírito). Todo os demais elementos foram originados do Akasha (o princípio original). Correlacionando os Akasha com o pentagrama, ele seria a 5º ponta do pentagrama (a ponta apontada para cima), aquela que representa o espírito divino, a chamada quintessência e representada pelo ovo (símbolo da origem) negro (símbolo do mistério). Por isso ele é considerado o mais elevado dos cinco elementos, o mais poderoso e inimaginável; é a base de todas as coisas da criação. Assim, o Akasha é isento de espaço e de tempo. O não-criado: incompreensível e indefinível. Segundo Franz Bardon, é o que as religiões chamam de DEUS. Ele é o que contém tudo o que foi criado e é ele que mantém TUDO em equilíbrio. É o espaço (onde se originam todos os pensamentos e idéias) e matéria (na qual se mantém tudo o que foi criado).

sábado, 17 de agosto de 2013

EU MAIOR - entrevista com Professor Hermógenes



ENTREGO, CONFIO, ACEITO E AGRADEÇO.


Hermógenes é o nome mais proeminente na primeira geração de iogues brasileiros, da qual também fazem parte o general Caio Miranda (autor de "A libertação pela hatha yoga", de 1960), o professor paulistano Shotaro Shimada (fundador do Instituto de Cultura Yoga Shimada, em 1958, em São Paulo) e o carioca Luiz Sérgio Álvares De Rose, fundador do Instituto Brasileiro de Yôga, também em São Paulo, em 1964.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Círculos Mágicos

A expressão mandala provém de uma palavra da língua sânscrita, falada na Índia antiga, e significa, literalmente, um círculo, ainda que também (como composto de manda = essência e la = conteúdo) seja entendida como “o que contém a essência” ou “ a esfera da essência” ou ainda “o círculo da essência”. a mandala é, concomitantemente, a imagem e o motor da ascensão espiritual, que procede de uma interiorização cada vez mais elevada da vida. É ainda através de uma concentração progressiva do múltiplo no uno que o eu pode ser integrado no todo e o todo reintegrado no eu. C. G. Jung recorre à imagem da mandala para designar uma representação simbólica da psique, cuja essência nos é desconhecida. Observou que essas imagens são utilizadas para consolidar o mundo interior e para favorecer a meditação em profundidade. Jung verifica que a mandala possui dupla eficácia: conservar a ordem psíquica, se ela já existe; ou restabelecê-la, se ela desapareceu. Neste último caso, exerce uma função estimulante e criadora. Jung observou que as mandalas surgem espontaneamente quando a psique está em processo de reintegração, em seguida a momentos de dissociação e desorientação psíquica, como fator compensador da desordem, como uma tentativa de autocura da natureza.

                                                                             no centro
o encontro
                   entre meu silêncio
e o estrondo

p. leminski






sábado, 18 de maio de 2013

sertão livre: Eu, tu, ele, nós, vós, eles

sertão livre: Eu, tu, ele, nós, vós, eles: Se a frase “Penso, logo existo” for verdade, o que acontece quando danço tango, que nenhum pensamento toma forma, eu não existo? Então, qu...

domingo, 5 de maio de 2013

Tire sua máscara!



"Quem é louco?
Ele que ouve vozes ou você que não ouve ninguém? 
Ele que vê coisas, ou você que só se vê? 
Ele que diz o que pensa ou você que não pensa para falar?
Ele que diz ser rei ou você que se acha um e não diz?
Ele que não estabiliza o humor ou você que o finge estável?
Ele que cria neologismos ou você que não sai das estereotipias?
Ele que tem fuga de idéias ou você que não abre mão das suas?
Ele que não dorme à noite ou você que dorme durante toda a vida?
Ele que tenta se matar ou você que se mata todo dia?
Enfim, quem é louco?
Ele que não se mascara ou você que não tira a máscara e vive na fantasia?
Quem é louco?
Tire sua máscara antes de perguntar."
(Gisele Torres)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O sorriso




“Você nunca está completamente vestido sem um sorriso”, cantava Little Orphan Annie em um musical da Broadway

quarta-feira, 3 de abril de 2013



Vontade de não dar sentido algum às coisas, as palavras e à própria vida. Assim como é a vida na realidade ausente de sentido.Hilda Hilst

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013