segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Círculos Mágicos

A expressão mandala provém de uma palavra da língua sânscrita, falada na Índia antiga, e significa, literalmente, um círculo, ainda que também (como composto de manda = essência e la = conteúdo) seja entendida como “o que contém a essência” ou “ a esfera da essência” ou ainda “o círculo da essência”. a mandala é, concomitantemente, a imagem e o motor da ascensão espiritual, que procede de uma interiorização cada vez mais elevada da vida. É ainda através de uma concentração progressiva do múltiplo no uno que o eu pode ser integrado no todo e o todo reintegrado no eu. C. G. Jung recorre à imagem da mandala para designar uma representação simbólica da psique, cuja essência nos é desconhecida. Observou que essas imagens são utilizadas para consolidar o mundo interior e para favorecer a meditação em profundidade. Jung verifica que a mandala possui dupla eficácia: conservar a ordem psíquica, se ela já existe; ou restabelecê-la, se ela desapareceu. Neste último caso, exerce uma função estimulante e criadora. Jung observou que as mandalas surgem espontaneamente quando a psique está em processo de reintegração, em seguida a momentos de dissociação e desorientação psíquica, como fator compensador da desordem, como uma tentativa de autocura da natureza.

                                                                             no centro
o encontro
                   entre meu silêncio
e o estrondo

p. leminski






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